quarta-feira, 11 de junho de 2008

Menino


Segue ligeiro o trem bão,
ferro em brasa, recordação
apito que lembra a casa
colina, cerca, canção

Tiziu, coleiro, sanhaço
frutinha boa no mato
carrapicho, carrapato
botina ou de pé descalço

Riacho, córgo, cascata
menino embrenha na mata
perde caminho, se acha
linha, anzol, minhoca, lata

Adormece no capim
sonha, quase um serafim
bala, maria-mole,
coquinho e amendoim

Acorda, sente a fisgada,
peixe grande na linhada
puxa meio atrapalhado,
o dia ganho, por fim

Mãe vai ralhar, decerto
pai vai ficar contente
o peixe vai pra panela
com farinha, pirão quente

_Caba não, mundão!
Esse poema, quase cantiga, foi feito pro Bré, mineirim da Zona da Mata e grande percussionista.

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