terça-feira, 17 de junho de 2008

Herança


Dia 13 de junho foi dia de Santo Antoninho.
Meu vô Antonio, se estivesse vivo, faria aniversário.
Teria festa na vila. Com flor de papel crepom, bandeirinha e fita.
Mastro de eucalipto pros santos, bombinha e fósforo
de cor.
Foguetório... paçoca que ele socava no pilão.
Fogueira grande, que os tios armavam no meio do quintal.
Ia ter quadrilha no terreiro, com o disco do Mário Zan.
A mineirada toda já teria chegado, uma semana antes,
pra preparar as 'quitanda'.
O cheiro dos doces, milho, no ar.
Mãe amarrando pamonha.
Vó de lenço na cabeça, sempre às voltas com o fogão de lenha.
Arroz-doce com canela, curau, doce de abóbora.
Irmãs, primas e primos.
Uai e trem, em toda conversa.
" _ Isso é do tempo que Rio Pardo era corguinho..."

diria meu avô, se me visse agora.

Bênção, vô Antonio!
Pro Cauê, que viveu um tiquinho dessa herança e já acende as próprias fogueiras.
Pra todos os Antonios, até os pequenos e de olhos azuis...

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