Atendeste bem cedo ao chamado da ancestralidade
Já era escolhido, já ouvia
O que outros não
Voz doce, voz mãe, voz brejeira
Foi temperando pela vida afora
Ouvindo rádio
Deu peso e cor, experimentou, tocou, tocou...
Ainda se diverte feito menino
Quando arrebenta corda de violão
E consegue trocar enquanto canta
Fica intrigado quando faz chorar (e sempre faz)
Aos homens e mulheres
Tem saudade das ruas de terra
Terras distantes
Saudades de sei lá.
É índio
É preto
É sinhozinho e não é.
Tem proteção, viu, menino?
N.Sra. do Rosário dos Homens Pretos,
São Benedito, Santo Antoninho,
Santos do candomblé,
Nhanderu, Tupã, Ceuci,
Encantados da floresta,
Clã dos Pássaros,
Todos Erês,
Cosme, Damião, Doun
E Espíritos guardiães.
A voz
Cuida dela
É a chave.
Agradece
A graça, o presente, o benefício
De ser luz para muita escuridão
E usa a escuridão que há
Porque tudo vibra
Tudo gera (Eh, Minas!)
Sê feliz!
Este depoimento, escrito faz tempo para o pai do Antonio, chegou até ele no momento certo e nos tornou amigos. A fala da alma é sempre verdadeira.
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