sexta-feira, 11 de julho de 2008

Quando

Revelação
se dá
quando
no silêncio
grita
muda
uma Verdade

Poesia
se dá
quando
aparece
ilesa e nua
a carne
da Palavra

Canção
se dá
quando
a ousadia
rompe o ar
vibrando Som

Gorjeio
se dá
quando
distraído
o Pássaro
assovia

Anseio
se dá
quando
o murmúrio
cego
cambaleia

Desejo
se dá
quando
não cabe
no corpo
essa Vontade

Amor
se dá
quando
a Morte
não faz mais
que companhia

Fatalidade
se dá
quando
o inevitável
atropela o Tempo

Sonho
se dá
sempre
que se permite
o Possível
A aquarela mostra um guerreiro, com a pintura tradicional do seu povo, que vai do rosto até os pés. Nos ritos de passagem, u
tilizavam garras de onça para a escarificação e jenipapo, para colorir e cicatrizar. Realizá-la foi uma jornada de introspecção e de diálogo com a água. Está no livro "O Sinal do Pajé", da Editora Peirópolis.

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