Igual que formiga
sem rumo."
Só mesmo o poeta
poderia definir assim
só mesmo o homem-terra
que vê nas águas refletido o céu
que enxerga nas minúcias
o que atropelamos
O inseto mais diligente, perdido
pode outra imagem ser tão precisa?
A angústia de ensimesmar-se
Estar em si, desencontrado do entorno
Estar além, desencontrado de si
Cada vez mais acredito
na observação como origem
das mais belas obras
A observação atenta e minuciosa,
o olhar poético, encantado, encantador,
sobre a natureza,
simples,
misteriosa,
absoluta
A natureza da qual, esquecemos,
fazemos parte
Como fazem parte do corpo
a cabeça
e o coração.
" A normalidade é assombrosa.
Sua puerícia é mesmo carne de poesia."
As citações são de Manoel de Barros e Adélia Prado, respectivamente, nas obras: Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo e Manuscritos de Felipa. Hoje estou formiga.
2 comentários:
"Estou pousado em mim
Igual que formiga
sem rumo."
Faço minhas as palavras do poeta!
Macka
Nas andanças pela net, encontrei um curta metragem que penso vai te agradar: http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=8679&Exib=1
São brincadeiras de um tempo que corre paralelo ao nosso e não se contamina, exceto pela "tesoura".
Macka
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