segunda-feira, 6 de abril de 2009

Exercício

O perdão bateu à porta
Abriu as comportas
cessou as intrigas

O perdão pediu passagem
a quem não pede desculpas
fez chorar, fez sentido,
fez refletir, o perdão

Derrubou o muro alto
que separava dois mundos
que isolava a palavra
e perpetuava o não

Desculpar é tarefa
para uma vida inteira
martelar o ferro em brasa
até domar a matéria

É exercício sem trégua
como o é pedir perdão
os dois lados envolvidos
sempre com suas razões

Nem vale fingir,
ignorar a dor funda
o perdão pede a verdade
sem a qual nada desperta

quem não perdoa, mata
o que em potencial
poderia ser, não é
mas tem chance, se puder

o perdão pediu licença
e desmanchou em água e sal
duas almas que se viram
sem parede, cerca ou não

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