quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Irmão

No assobio do pinhé
tem um alerta
e um chamado

Grito estridente
estremece
arrepia

Quem no solo
se vê
só, sem defesa

Vôo alto, leve,
correntes de ar quente
prenúncio de tempestade

Passarinhos ressabiados
ninhos a proteger
do predador e da chuva

Asas abertas
cabeça ereta
vôo rasante: a presa

O bico cortante,
na garra, o bicho
morto

Tufos de penas eriçadas
desaba a tempestade
mais nenhum pio

Carrapateiro, pequena ave
sinal na língua do pajé
cocar de pena rajada

Bela brutalidade
força da natureza
recordação

Pinhé grita,
respondo:
Aqui!

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